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A oxigenoterapia hiperbárica é eficaz para melhorar o sucesso do tratamento do câncer?

(Documento de Origem)

A Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) tem sido estudada por seu potencial para melhorar a eficácia de tratamentos oncológicos, como radioterapia e quimioterapia. Aqui está uma visão geral de como a OHB pode aumentar a eficácia do tratamento do câncer, apoiada por evidências científicas e observações clínicas:

Mecanismos de Ação

  1. Aumento da oxigenação: Os tumores geralmente têm áreas hipóxicas (baixo oxigênio), tornando-os mais resistentes a tratamentos como radioterapia e certos agentes quimioterápicos. A OHB aumenta os níveis de oxigênio tecidual, potencialmente tornando as células cancerosas mais suscetíveis a esses tratamentos.
  2. Radiossensibilidade aprimorada: O oxigênio é um potente radiossensibilizador, o que significa que pode tornar as células cancerígenas mais sensíveis à radiação. A OHB pode aumentar a quantidade de oxigênio nos tecidos tumorais, melhorando a eficácia da radioterapia.
  3. Entrega de drogas melhorada: A OHB pode melhorar a administração e a eficácia de drogas quimioterápicas, melhorando o fluxo sanguíneo e reduzindo a hipóxia.
  4. Efeitos anti-angiogênicos: Embora a OHB possa promover a angiogênese (a formação de novos vasos sanguíneos) no tecido saudável, também pode ajudar a normalizar os vasos sanguíneos anormais em tumores, melhorando a entrega de tratamentos e reduzindo o crescimento do tumor.

Evidências Clínicas

  1. Aprimoramento da radioterapia:
    • Estudos: Alguns estudos demonstraram que a OHB pode aumentar a eficácia da radioterapia, particularmente em tumores resistentes à hipóxia. A oxigenação melhorada pode levar a melhores danos ao DNA induzidos por radiação nas células cancerosas, melhorando o controle do tumor.
    • Cânceres de cabeça e pescoço: Pesquisas indicam que a OHB pode melhorar os resultados em pacientes com câncer de cabeça e pescoço submetidos à radioterapia, levando a um melhor encolhimento e controle do tumor.
  2. Aprimoramento da quimioterapia:
    • Estudos: As evidências sobre a OHB aumentar a eficácia da quimioterapia são menos robustas do que para a radioterapia, mas alguns estudos pré-clínicos e clínicos sugerem que ela pode ajudar a melhorar a liberação e a eficácia do medicamento.
    • Terapias combinadas: Alguns estudos sugerem que a combinação de OHB com certos agentes quimioterápicos pode aumentar sua eficácia, particularmente em tumores hipóxicos.
  3. Atenuando os efeitos colaterais:
    • Dano tecidual induzido por radiação: A OHB trata efetivamente o dano tecidual induzido pela radiação, como a osteorradionecrose (dano ósseo causado pela radiação) e a radionecrose dos tecidos moles. Isso pode ajudar a melhorar a qualidade de vida de pacientes oncológicos submetidos à radioterapia.
    • Efeitos colaterais da quimioterapia: Algumas evidências sugerem que a OHB pode ajudar a mitigar os efeitos colaterais da quimioterapia, embora mais pesquisas sejam necessárias nessa área.

Considerações práticas

  1. Seleção dos pacientes: Nem todos os pacientes com câncer são candidatos adequados para OHB. A seleção cuidadosa dos pacientes e a consulta com uma equipe multidisciplinar são essenciais.
  2. Protocolos de tratamento: O momento e o protocolo da OHB em relação aos tratamentos do câncer devem ser cuidadosamente planejados para maximizar os benefícios. Isso inclui determinar o número ideal de sessões, os níveis de pressão e a duração de cada sessão.
  3. Riscos Potenciais: Embora geralmente segura, a OHB pode ter efeitos colaterais, como barotrauma (lesão causada por mudanças de pressão), toxicidade de oxigênio e alterações temporárias da visão. Estes riscos têm de ser ponderados em relação aos potenciais benefícios.

Conclusão

A Oxigenoterapia Hiperbárica mostra-se promissora na melhoria da eficácia dos tratamentos contra o cancro, particularmente a radioterapia, melhorando a oxigenação tumoral e tornando as células cancerígenas mais suscetíveis ao tratamento. Também pode ajudar a mitigar alguns efeitos colaterais dos tratamentos contra o câncer, melhorando os resultados dos pacientes e a qualidade de vida. No entanto, seu uso deve ser cuidadosamente considerado e adaptado ao paciente individual, e mais pesquisas são necessárias para compreender completamente seus benefícios e limitações no contexto da terapia do câncer.